STJ É A FAVOR DA DESAPOSENTAÇÃO
É cada vez mais reconhecido o direito de os aposentados do INSS que
voltam a trabalhar pedirem uma nova aposentadoria, mais vantajosa, sem
ter que devolver os valores já pagos pela Previdência Social. Nesta
sexta-feira, foi a vez de a Primeira Seção do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) confirmar a possibilidade, ao julgar um recurso repetitivo
sobre a desaposentação. Para o STJ, a renúncia ao benefício anterior —
aproveitando as novas contribuições feitas ao instituto — não implica
ressarcimento do dinheiro já recebido.
“Os benefícios
previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto,
suscetíveis de desistência pelos seus titulares, dispensando-se a
devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja
renunciar para a concessão de novo jubilamento”, disse o relator do
caso, ministro Herman Benjamin.
Para o senador Paulo Paim, autor
da proposta que tramita no Senado, a decisão de sete a zero na votação
do STJ deixa claro que essa matéria é pacífica no Judiciário:
— Só
compete, agora, ao Congresso votar rapidamente o projeto de
desaposentação, que é exatamente igual ao que foi julgado pelo STJ.
Segundo
ele, uma votação rápida evitaria, inclusive, lamentações do Congresso,
que costuma acusar a Justiça de querer assumir seu lugar.
O INSS
vai recorrer da decisão no próprio STJ. Com isso, a interpretação poderá
ficar paralisada até a análise do assunto no Supremo Tribunal Federal
(STF).
Procurados, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga
(PMDB-AM), e o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), dois dos dez que votaram a
favor do recurso que impediu o projeto de seguir para a Câmara dos
Deputados, não responderam.
Francesco Curzio, de 80 anos, torce para que a desaposentação seja logo aprovada pelo Supremo.
— Trabalhei até os 77 anos. Não pedi a desaposentação. Mas acho justo.
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